terça-feira, 19 de agosto de 2008

1.8

Hoje eu sou alguém de 1,61 e MEIO que tem quase dezoito anos. Um alguém que já viu muita coisa, mas que ainda é muito pouco perto do que eu quero ver. Ainda conheço poucos lugares, um grupo restrito de pessoas interessantes pra conversar, e países só 2 sendo eles o simbolo da classe média brasileira. Eu já conheci o Mickey, já passei no vestibular no que eu não queria, tenho dois irmãos perfeitos, uma prima que está sempre comigo, uma amiga loira que nunca me abandona e um namorado maravilhoso.Já cheguei a pensar que meu aniversário estava sempre longe demais, e que nunca ia chegar.. E hoje vendo ele se tornar presente vem tudo na cabeça, tudo o que um dia eu fiz ou dexei de fazer esperando ser maior de idade!Ah grande merda não é mesmo? Só porque agora eu vou poder dirigir uma merdinha de um carro, entrar em baladas e poder comprar bebidas no mercado, isso não me faz alguém mais adulta, nem mais responsavél, nem melhor do que 365 dias atrás.A mudança tem que começar em mim, indiferente da idade do corpo. O que importa é a minha cabeça! E ela não vai ser medida por quantos livros eu li, ou por quanto eu tirei na prova. A maior dificuldade está em vencer as barreiras de cada dia. Seja ela uma briga idiota com meus pais, a pressão de entrar na faculdade ou a escolha de bons conselhos para alguém que precise. E ainda que eu trabalhe com a minha mente, meu maior inimigo muitas vezes é eu mesma, quando não acredito na capacidade que tenho pra brilhar, que não é exclusividade minha, nem sua, nem de ninguém. É direito de todos, que esquecem dela muitas vezes, como eu já fiz.Agora dá vontade de chorar, espernear, querer parar o tempo, mesmo eu sendo muito nova pra reclamar do que já passou. O maior medo é enfrentar as novas fases da nossa vida, e esse ano estou encerrando um ciclo e começando outro, em branco, onde eu posso ser o que eu quiser.E o que eu quero? Ah tenho muitos planos, entrar na faculdade, fazer o curso que eu tanto quero: jornalismo, me formar, ser uma ótima profissional (sempre espelhada em meu pai), viajar, conhecer Nova York e depois o Egito.. Poder realizar meus sonhos futéis sem esquecer dos meus objetivos principais. Quero sair pro mundo e manter minha sede de viver sempre assim, igual hoje.. um daqueles dias que nos fazem refletir, antes de assoprar as velinhas.